As mudanças no mundo do trabalho ocasionadas pelo que é chamado de quarta revolução industrial já têm impacto sobre milhões de trabalhadores e organizações. Reinventar-se tornou-se necessário em diversos aspectos. Nova cultura, posicionamento e estratégia são apenas o começo de muitas adaptações.
Desde as necessidades das empresas, até as expectativas dos profissionais, muita coisa mudou. Por isso, é necessário compreender quais são essas mudanças e como elas afetam as pessoas e empresas. Depois disso, entender como lidar com elas de forma eficiente para todos.
Entenda agora o que mudou nas formas de trabalho e como isso impacta nas empresas e nos profissionais.
A Quarta Revolução Industrial
O que caracteriza uma revolução industrial são as mudanças provocadas por novas tecnologias, que influenciam a economia, política e sociedade como um todo. Enquanto nos séculos XVIII e XIX (na primeira Revolução Industrial) isso representou a introdução do uso de máquinas, agora a história é diferente.
Desenvolvimentos em genética, inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, impressão 3D e biotecnologia são algumas das novas descobertas. Além disso, a tecnologia da informação, big data e internet das coisas mudam a relação humana com os itens tecnológicos. Isso proporcionará uma revolução mais abrangente do que qualquer coisa que já tenhamos visto.
Sistemas inteligentes — residências, fábricas, fazendas ou cidades — ajudarão a resolver problemas que vão desde o gerenciamento da cadeia de suprimentos até a mudança climática. A ascensão da economia compartilhada permitirá que as pessoas monetizem tudo, desde a sua casa vazia até o seu carro. As opções de espaços de trabalho compartilhados (ou coworkings) crescem cada vez mais.
Embora a mudança iminente seja uma grande promessa, os padrões de consumo, produção e emprego criados por ela também representam grandes desafios, exigindo uma adaptação proativa por parte de empresas, governos e indivíduos.
As mudanças proporcionadas pela tecnologia
De acordo com pesquisas apresentadas no World Economy Forum em 2018, quase 50% das empresas esperam que a automação leve a uma redução em sua força de trabalho em tempo integral até 2022.
No entanto, no futuro do trabalho, 38% das empresas pesquisadas esperam estender sua força de trabalho para novas funções de melhoria de produtividade, e mais de um quarto espera que a automação leve à criação de novas funções em sua empresa.
Isso significa que enquanto setores inteiros se ajustam, a maioria das profissões está passando por uma transformação fundamental. Enquanto alguns trabalhos são ameaçados, outros crescem rapidamente. Os trabalhos existentes também estão passando por uma mudança nos conjuntos de habilidades necessárias para executá-los.
Porém, juntamente à revolução tecnológica, surgem fatores de mudança socioeconômicos, geopolíticos e demográficos mais amplos, cada um interagindo em múltiplas direções e intensificando-se mutuamente. O que gera mudanças no mercado de trabalho e no posicionamento dos profissionais e empresas.
Os novos perfis de profissionais
Da mesma forma que as empresas possuem novas necessidades, os trabalhadores também. Principalmente nos grandes centros urbanos a correria do dia-a-dia e quantidade de tarefas estão cada vez maiores. É necessário administrar compromissos de trabalho, lazer, cuidar da saúde, da família e uma série de outras coisas.
Por isso, os profissionais estão cada vez menos valorizando aspectos como estabilidade e carteira assinada. Também não aceitam horários rígidos, gestão engessada e inflexibilidade. Por outro lado, veem muito valor em uma cultura colaborativa, flexibilização dos horários e espaços de trabalho, valorização da equipe e gestão humanizada.
Um grande exemplo disso é o sucesso que os espaços de coworking estão encontrando ao abrigarem equipes de grandes corporações. Ter times de colaboradores em escritórios compartilhados não só flexibiliza e facilita o dia-a-dia do profissional como também o torna mais satisfeito (e consequentemente mais produtivo).
Além disso, os profissionais estão cada vez mais focados em serem multifuncionais. Atualmente, vê-se muito mais valor em conseguir executar diversas tarefas, relacionadas e setores diferentes, do que especializar-se somente em um assunto. Claro que saber a fundo sobre certas informações é necessário, mas só isso já não é mais suficiente para satisfazer os anseios das pessoas e nem das empresas.
Os aspectos emocionais também têm ganhado destaque nessas mudanças, tanto por parte dos trabalhadores quanto das próprias empresas. As competências emocionais, como autoconhecimento e capacidade de lidar com o outro são muito valorizadas pelas organizações. Mas, em contrapartida, os colaboradores também exigem respeito e empatia por parte da gestão.
As mudanças no estilo de vida
A economia colaborativa mudou muito a forma como as pessoas enxergam o consumo. No lugar de ser proprietário de algo, escolhe-se usar itens compartilhados. Desde bicicletas e carros, até apartamentos e escritórios. Essa escolha acontece por razões práticas e econômicas, pois facilitam o deslocamento no dia-a-dia, hospedagem ou moradia e, claro, as formas de trabalho.
Deslocar-se de carro e ficar horas no trânsito é uma situação impensável para muitas pessoas. Os profissionais valorizam, cada vez mais, a possibilidade de trabalhar perto de casa, e realizar seus encontros e reuniões em locais práticos e bem estruturados. Ir para o trabalho de bicicleta ou caminhando é um luxo que tem se tornado cada vez mais comum.
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Até aqui, deu para perceber que as novas tecnologias, evoluções globais e mudanças sociais impactam na relação das empresas com as pessoas e vice-versa. Mas também há alterações na forma como o trabalho é visto e executado. É importante manter-se sempre atualizado, seja você representante de uma organização ou um funcionário. Assim, estando ciente das novas demandas no mercado de trabalho, sempre haverá espaço para você.
Se você gostou deste assunto e quer se aprofundar, entenda por que o futuro do trabalho não será sobre diplomas, e sim sobre habilidades.